A fala na primeira infância é um processo fascinante e crucial para o desenvolvimento das crianças. Desde os primeiros gestos e choros até a formação de frases completas, cada etapa é uma oportunidade para os pequenos aprenderem e se comunicarem com o mundo ao seu redor. Neste artigo, vamos explorar cinco aspectos essenciais sobre a fala nesta fase da vida, incluindo como os bebês se comunicam antes de falar, a compreensão das palavras, o início da fala, a progressão constante da linguagem e os possíveis atrasos devido a problemas auditivos.
Antes de aprender a falar, o bebê se comunica por meio de gestos e do choro. Ele chora para alertar sobre qualquer uma de suas necessidades. Se está com fome, sono, frio, calor, dor, medo, desconfortável, entediado, superestimulado, querendo atenção ou um aconchego, o bebê põe a boca no mundo e dessa forma chama a sua atenção. Além disso, observe que cada uma dessas vontades também gera um tipo de comportamento, você também pode notar por meio dos gestos e das expressões quando o bebê está relaxado ou incomodado.
Na fala existem palavras e entonações diferentes, assim como o choro do bebê. Eles usam sons e ênfases distintas, conforme aquilo que querem expressar. É muito comum que, após um tempo, os pais já consigam identificar o que seu filho deseja, só de escutar o choro.
Ele vem escutando desde a gestação. Lá de dentro do útero, a partir do terceiro mês, o bebê ouvia os sons do corpo da mãe e também barulhos do ambiente externo. Após o nascimento, com um mês de idade ele é capaz de reconhecer melodia e entonação da fala e a partir de cinco meses ele começa a entender o significado de algumas palavras. Em seguida, os sons guturais começam a dar lugar aos balbucios de repetição, na tentativa de reproduzir as palavras que escuta: “ma-mã”, “ba-bá”, “pa-pá”, etc.
Antes de poder reproduzir a fala, o bebê já é capaz de assimilá-la!
Os sons que antes eram feitos por diversão ou por imitação, começam a dar lugar às palavras, com a intenção de comunicação.
Ao começarem a falar, um mesmo vocábulo pode ter diferentes significados. Por exemplo: ao falar “água”, o bebê pode querer dizer que está com sede, ou pode apenas estar sinalizando que está vendo a água, ou que já bebeu água. Outro desafio são as palavras que têm o mesmo som: “papá” pode ser o papai ou pode ser a comida. Cabe aos pais ou cuidadores interpretarem o contexto, para conseguirem decifrar adequadamente as várias mensagens que são expressas por meio de uma palavra.
Nesse período, o bebê pode repetir em média até 50 palavras, ainda que conheça o significado de pelo menos 200.
Por volta dos 18 meses o bebê começa a combinar palavras, e aos dois anos passa a formar frases. Nessa fase, o desenvolvimento da linguagem se torna muito mais acelerado. A criança aprende uma média de dez ou mais palavras por dia, começando por formar sentenças simples como “é meu”, e evoluindo para pequenas frases como “eu quero agora”. Em média aos três anos ela começa a repetir trechos de histórias e a produzir frases mais longas, dando início ao diálogo. A partir dos cinco anos a criança sabe pedir informações e começa a usar corretamente a gramática e os tempos verbais até falar com total desenvoltura, quando completa seis anos.
O que leva a criança a enriquecer seu vocabulário é o desejo de querer se comunicar!
Por mais que ele tenha feito o teste da orelhinha (obrigatório no nascimento), o bebê pode apresentar perda auditiva ao longo dos meses. Bebês muito quietos, que não balbuciam aos seis meses ou que param de vocalizar precisam ser analisados. Outros sinais para ficar atento são: não se assustar com barulhos altos e repentinos, não procurar de onde vem algum som como a voz da mãe chamando, barulho de telefone tocando, brinquedos que emitem sons etc. Não formar nenhuma palavra após os 15 meses.
Se você desconfiar de algum problema auditivo, converse com o pediatra do seu filho. Ele irá investigar e solicitar os exames necessários. Se alguma disfunção for detectada, você receberá orientações para que ele aprenda outras formas de linguagem além da fala.
Mesmo que ele seja recém-nascido, é legal você narrar o que está fazendo. Por exemplo, ao trocar a fralda você pode dizer: “agora vou colocar você no trocador”, “estou passando a pomada, você gosta disso?” etc. Além de fortalecer a interação entre vocês, o bebê vai assimilando o som, a entonação, a articulação, o contexto, etc. Espere pela sua reação, olhe nos olhos, imite a dinâmica de um diálogo com “locução e resposta”.
Ao repetir as vocalizações, você estará incentivando o bebê a usar a voz.
Funciona da mesma forma que a conversa, só que de uma forma ainda mais divertida. As músicas, em especial, são capazes de prender a atenção dos pequeninos, devido à melodia e à repetição das palavras.
As crianças são curiosas a respeito de tudo, querem e precisam aprender a dominar a linguagem para entender o que acontece ao seu redor e para seu próprio desenvolvimento.
O Colégio Positivo tem uma proposta pedagógica voltada para cada fase da vida da criança, venha saber mais sobre a Educação Infantil!