Habilidades sociais e emocionais são aplicadas e exigidas em diversas situações ao longo da vida de um indivíduo. Os pais são os mais importantes responsáveis pela formação e pelo desenvolvimento de seus filhos nesse sentido, mas um número cada vez maior de especialistas em educação defende também que a escola é um ambiente propício para ajudar crianças e jovens a desenvolver as chamadas competências socioemocionais.
O termo inteligência emocional está cada vez mais presente nas discussões entre gestores escolares e educadores quando se trata de definir quais são os novos papéis que a escola atual deve assumir para preparar seus alunos. A aprendizagem emocional é o processo pelo qual os indivíduos reconhecem e administram emoções, conseguindo assim estabelecer relações saudáveis, se comportar de forma ética e responsável, o que evita atitudes negativas.
Além de fundamental para o sucesso nos relacionamentos interpessoais, a inteligência emocional traz impactos significativos para o bom desempenho acadêmico. Uma pesquisa do departamento de Psicologia da Universidade de Chicago realizada com 270 mil alunos da Educação Infantil ao Ensino Médio apontou que estudantes submetidos ao aprendizado de competências socioemocionais apresentaram uma melhora de 11% em suas notas.
Na Educação Infantil, jogos e brincadeiras – longe de representarem perda de tempo – são elementos vitais para ajudar a desenvolver as habilidades emocionais. A nova Base Nacional Comum Curricular (BNCC) considera como eixo estruturante da Educação Infantil as interações e as brincadeiras. Todos os direitos de aprendizagem e desenvolvimento nessa fase – conviver, brincar, participar, explorar, expressar e conhecer-se – dependem do controle e da lida com as emoções para que possam avançar.
Tão importante quanto destacar e ajudar a desenvolver o comportamento positivo é considerar no contexto da sala de aula o trabalho com as emoções negativas. Para a psicóloga Michelle Norberto assim como todas as demais emoções, a raiva e a tristeza devem ser discutidas e admitidas como válidas. “É fundamental que a criança saiba que, em alguns momentos, pode sentir essas emoções e que isso não é algo ruim. O que deve ser trabalhado são estratégias para que a criança possa identificar o que provoca essas emoções, que saiba nomear essas emoções quando as sentir e o que deve fazer em relação a isso”, explica a professora.
Segundo ela, existem ferramentas para trabalhar com as crianças a inteligência emocional. Uma delas é o “emocionômetro”, em que a criança pode demonstrar, a cada dia, como ela está emocionalmente. “Outra alternativa são os trabalhos de assembleias de classes, que são espaços de discussões proporcionados em sala, nos quais as crianças podem colocar seus sentimentos, preocupações e, por meio da mediação do grupo, ampliar essa inteligência”, descreve.
A abordagem com crianças e jovens deve ser diferente. Atividades lúdicas, fantoches e teatros são boas alternativas para se trabalhar as emoções que rondam as crianças. No caso dos adolescentes, o que funciona bem são dinâmicas de grupo, filmes, jogos e rodas de conversa.
O trabalho deve ser realizado de forma que eles aprendam a demonstrar as emoções negativas de maneira correta, sem adotar comportamentos agressivos ou de birra. De acordo com a gestora Fabiula Galina: “É importante destacar que não vivemos 24 horas por dia satisfeitos e felizes, temos que fazê-los entender que os sentimentos de tristeza e raiva fazem parte de nossa vida, e a forma de expressá-los é que fará a diferença”, destaca a professora. É o exercício da autopercepção e do autocontrole que vão consolidar a inteligência emocional.
Os pais também têm um papel fundamental no desenvolvimento da inteligência emocional dos filhos. A psicóloga escolar Mariana Drabik Vieira dá dicas de como fazer isso.
No Colégio Positivo, preparamos o aluno para enfrentar desafios dentro e fora da sala de aula, desenvolvendo a habilidade de lidar com as emoções. Venha nos conhecer!